PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO NORDESTE BRASILEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36977/ercct.v20i2.278

Resumo

No Brasil, dentre as Doenças Crônicas não Transmissíveis, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) destaca-se pelo elevado número de casos diagnosticados. Para tanto, objetivou-se estimar a prevalência de HAS e fatores associados em idosos de Canindé, Ceará. Trata-se de um estudo quantitativo de base populacional com 372 idosos. Aplicaram-se questionário de caracterização e o International Physical Activity Questionnaire, analisados no SPSS 16.0. A prevalência de HAS foi de 46,2% da população. Dentre os hipertensos, apenas 1,2% não aderiu ao tratamento medicamentoso. Observaram-se diferenças estatisticamente significantes entre hipertensão e faixa etária (p=0,004), aposentadoria (p=0,000), consulta e internação no último ano (p=0,000), nível de atividade física (p=0,008), obesidade (p=0,031) e diabetes (p=0,001). Na análise multivariada ajustada, os idosos obesos tiveram 5,603 vezes mais chances de serem hipertensos, os diabéticos 1,876 e os inativos 2,067. Aqueles que apresentaram frequência >4 vezes de consultas e internações no último ano tiveram 2,854 mais chances de terem esse diagnóstico. Embora não se comprove uma relação de causalidade, os resultados encontrados e a associação entre as variáveis apontam a necessidade do empoderamento da população para uma boa adesão ao tratamento, além das iniciativas de prevenção, investimentos em saúde e difusão de políticas públicas.

Biografia do Autor

Déborah Santana Pereira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE Campus Juazeiro do Norte

Graduação em Educação Física (IFCE Campus Juazeiro do Norte). Especialização em Fisiologia do Exercício (FIP). Mestrado em Saúde Coletiva (UNIFOR). Cursando Doutorado em Saúde Coletiva (UECE). Docente do Curso de Licenciatura em Educação Física do IFCE Campus Juazeiro do Norte. 

Lívia Lopes Custódio, Universidade Estadual do Ceará – UECE

Psicóloga. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – PPSAC da Universidade Estadual do Ceará – UECE. Fortaleza-Ceará-Brasil.

Ilvana Lima Verde Gomes, Universidade Estadual do Ceará – UECE

Enfermeira. Docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – PPSAC da Universidade Estadual do Ceará – UECE. Pós - Doutora em Ciências da Saúde – Universidade Estadual do Ceará - UECE, Fortaleza-Ceará-Brasil.

Thereza Maria Magalhães Moreira, Universidade Estadual do Ceará – UECE

Enfermeira. Docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – PPSAC da Universidade Estadual do Ceará – UECE. Pesquisadora CNPq 1A. Pós Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo-USP. Fortaleza-Ceará-Brasil.

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Publicado

2020-01-16

Edição

Seção

CIências da Saúde