VIVÊNCIAS DE ENFERMEIRAS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Autores

  • Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes Neto Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA
  • Maria da Penha de Sousa Santos Enfermeira Graduada pela UVA.
  • Marcos Fábio Alexandre Nicolau Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA
  • Isabel Cristina Kowal Olm Cunha Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
  • Maria Helena Machado Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ)

Resumo

A violência é um importante problema legal e de saúde pública, que vem acometendo cidadãos nas diversas faixas etárias, principalmente, crianças e adolescentes. Esta pesquisa teve como objetivos: descrever as necessidades de educação permanente e as qualificações vivenciadas por enfermeiras para a prevenção e detecção de casos de violência contra crianças e adolescentes no território da Estratégia Saúde da Família (ESF); Identificar as principais facilidades e dificuldades encontradas por estas na prevenção, detecção e interrupção do agravo derivado da violência doméstica; e, caracterizar a rede de apoio assistencial à criança e ao adolescente vítima de violência, que é acionada pela enfermeira e equipe da ESF, após a identificação do agravo. Estudo exploratório-descritivo, sob a abordagem qualitativa, desenvolvido com nove enfermeiras da ESF de Cariré – Ceará. As informações foram coletadas por meio de um questionário, e sistematizadas a partir do referencial de Minayo, o que remeteu às seguintes categorias analíticas: Necessidades de educação permanente e qualificações vivenciadas pelas enfermeiras para a prevenção e detecção de casos de violência; Facilidades vivenciadas e dificuldades encontradas na atenção às crianças e adolescentes vitimados; e, a Rede de apoio à criança e ao adolescente vitimado. O estudo mostra que as enfermeiras reconhecem a necessidade de sensibilização da equipe da ESF e de educação permanente, bem como a articulação com a rede de apoio social, para prevenção da violência e apoio às crianças e adolescentes vitimadas.


Biografia do Autor

Marcos Fábio Alexandre Nicolau, Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA

Filósofo. Mestre em Filosofia e Doutor em Educação pela UFC. Docente do Curso de Filosofia da UVA; Colaborador do Mestrado Profissional em Saúde da Família UVA/FIOCRUZ/RENASF.

 

Isabel Cristina Kowal Olm Cunha, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

 

Enfermeira. Doutora em Saúde Pública. Livre-Docente e Professora Adjunta e Líder Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração em Saúde e Gerenciamento de Enfermagem-GEPAG da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo-Brasil.

Maria Helena Machado, Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ)

Socióloga. Doutora em Sociologia. Pesquisadora Titular ENSP-FIOCRUZ. Coordenadora do NERHUS e do OBSERVARH-ENSP.

Referências

AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. A. Violência doméstica contra crianças e adolescentes, um cenário em(des)construção. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/Cap_01.pdf>. Acesso em 23 de abril de 2011.

ALGERI, S.; SOUZA, L. M. Violência contra crianças e adolescentes: um desafio no cotidiano da equipe de enfermagem. In: Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 14, n. 4, p. 625-631, jul./ago. 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Impacto da Violência na saúde das crianças e adolescentes: prevenção de violência e promoção da cultura de paz. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

_______. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Linha de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências: orientação para gestores e profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.

_______. Ministério da Saúde. A educação permanente entra na roda: pólos de educação permanente em saúde - conceitos e caminhos a percorrer. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Viva: vigilância de violências e acidentes, 2006 e 2007. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

_______. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990 - Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em 13 de agosto de 2014.

BONNER, B. L. Child abuse and neglect: an over. Center on Child Abuse and Neglect. University of Oklahoma Health Sciences Center. 2003. Disponível em: . Acesso em 10 de abril de 2013.

CARIRÉ. Governo Municipal. Secretaria da Saúde. PLANO MUNICIPAL DA SAÚDE. Cariré: Secretaria da Saúde, 2009.

_______. 2008. Disponível em: . Acesso em 18 de maio de 2012.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE DO BRASIL. Resolução Nº 196, 10 de outubro de 1996. Disponível em: <http://conselho.saúde.gov.br/comissao/conep/resolucao/reso.196-96.htm>. Acesso em 16 de setembro de 2013.

DAHLBERG, L. L.; KRUG, E. G. Violência: um problema global de saúde pública. In: Ciência & Saúde Coletiva, v. 11, Sup., p. 1163-1178, 2007.

D’OLIVEIRA, A. F. P. L.; SCHRAIBER, L. B. Violência de gênero como questão de saúde pública: a importância da formação de profissionais. In: J Rede Saúde, v. 19, n. 3, p. 3-4, 1999.

FERRIANI, M. G. C.; BERTOLUCCI, A. P.; SILVA, M. A. I. Assistência em saúde às crianças e adolescentes abrigados em Ribeirão Preto, SP. In: Revista Brasileira de Enfermagem, v. 61, n. 3, p. 342-348, jun. 2008.

FROMM, E. Anatomia da destrutividade Humana. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.

IPEA. Ministério do Planejamento e Orçamento. Fundação João Pinheiro do Governo do Estado de Minas Gerais. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atlas do desenvolvimento humano do Brasil. Brasília: IPEA/IBGE; 2006. Disponível em: <http://www.fjp.gov.br/produtos/cees/idh/atlas_idh.php>. Acesso em março de 2012.

LEAL, S. M. C.; LOPES, M. J. M. A violência como objeto da assistência em um hospital de trauma: o “olhar” da enfermagem. In: Ciências & Saúde Coletiva, v.10, n. 2, p. 419-431, 2005.

MATOSO, M. B. L.; MATOSO, L. M. L.; ROCHA, E. M. P.; CARVALHO, B. G. S. Violência intrafamiliar contra criança e adolescente: o papel do profissional de Enfermagem e Serviço Social. In: Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, v. 6, n. 13, p. 71-86, 2014.

MINAYO, M. C. S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 26. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes; 2007.

_______. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 2007.

OLIVEIRA, E. N.; ELÓIA, S.C.; COSTA, F. B. C.; ELÓIA, S. M. C., SOUSA, F. S. P.; MATIAS, M. M. M. Violência e saúde mental: implicações para adolescentes. In: Saúde Coletiva, v. 10, n. 59, p. 41-46, 2013.

OLIVEIRA FILHO, P. G.; SANTANA, J. S. S.; PEGORARO, O.; RODRIGUES, B. M. R. D. Violência infanto-juvenil e seus aspectos éticos: novos desafios na contemporaneidade. In: Revista Bioethikos, v. 3, n. 2, p. 256-264, 2009.

SALIBA, C. A.; GARBIN, A. J. I.; DOSSI, A. P. Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. In: Revista de Saúde Pública, v. 41, n. 3, p. 472-477, 2007.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). Centro Latino - Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Carelli (Claves)/Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP)/FIOCRUZ. Secretaria de Estado dos Direitos Humanos/Ministério da Justiça. Guia de atuação frente a maus-tratos na infância e adolescência. 2. Ed. Rio de Janeiro: SBP; 2001. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/MausTratos_SBP.pdf. Acesso em 10 de setembro de 2013.

UNICEF. Organizações paraenses debatem o enfretamento da violência contra crianças e adolescentes. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/media_18945.htm>. Acesso em: 10 de maio de 2012.

XIMENES NETO, F. R. G. Gerenciamento do território na Estratégia Saúde da Família: o processo de trabalho dos gerentes. 2007. 463 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Saúde Pública) - Universidade Estadual do Ceará –UECE. Fortaleza, 2007.

_______.; PONTE, M. A. C., CHAGAS, M. I. O., FREITAS, C. M., DIAS, M. S. A., SANTIAGO, A. X. Gestão do trabalho em saúde: análise da situação dos enfermeiros no território da Estratégia Saúde da Família de Sobral - CE. In: Enfermagem Brasil, v. 10, n. 3, p. 168-179, maio-jun. 2011.

_______.; PONTE, M. A. C.; DIAS, M. A. S.; CHAGAS, M. I. O.; AMARAL, M. I. V. Educação permanente em Enfermagem: Uma tecnologia em construção na estratégia saúde da família em Sobral-Ceará, Brasil. In: Biblioteca Lascasas, v. 8, n. 1, 2012. Disponível em: http://www.indexf.com/lascasas/documentos/lc0633.php. Acesso em 10 de setembro de 2013.

WAKSMAN, R. D.; HARADA, M. J. C. Violência contra a criança e o adolescente. In: WAKSMAN, R. D.; HIRSCHHEIMER, M. R. (Orgs.) Manual de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência. Brasília: Núcleo de Estudos da Violência Doméstica contra a Criança e o Adolescente/CFM, p. 13-30, 2011.

Downloads

Publicado

2018-07-12

Edição

Seção

CIências da Saúde