EU POSSO TE OUVIR
DOI:
https://doi.org/10.36977/ercct.v20i1.260Palavras-chave:
Violência. Automutilação. Adolescente. Intersetorialidade. Cultura de paz.Resumo
Este estudo trata de um relato da experiência do projeto “Eu posso te ouvir”, que se realiza em uma escola do município de Sobral, Ceará, como uma estratégia intersetorial, multiprofissional e interdisciplinar de enfrentamento à violência autoprovocada. O projeto teve início em 2017, com desenvolvimento até os dias atuais e foi criado em parceria entre a escola Netinha Castelo, o Centro de Saúde da Família - CSF do Junco, a equipe da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e a equipe da Residência Multiprofissional em Saúde Mental. Para consolidação do projeto, foram necessárias as seguintes providências: aprofundamento teórico-conceitual e metodológico; utilização de oficinas reflexivas para aproximação do sujeito; implementação multiprofissional da Escuta Acolhedora individualizada dos adolescentes com sofrimento mental; Educação Permanente com os professores; readequação do currículo escolar; criação de Grupo como recurso terapêutico;, e articulação com a rede de atenção e proteção do adolescente de Sobral. E teve como resultados a redução dos casos de automutilação, fortalecimento de vínculos entre adolescente-escola-família, articulação intersetorial e transformação da escola para uma visão holística de educação emancipatória. Recomenda-se que todos os espaços escolares do município compreendam a relevância da temática que se volta para uma “adolescência silenciada”, emocionalmente vulnerável e necessitada do espaço que o projeto Eu posso te ouvir oferece.
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