“EU SOU NEGRO LOIRO, E DAÍ NÉ!?” A COR DA PELE NA CONSTITUIÇÃO DAS IDENTIDADES INFANTIS
Resumen
A partir dos Estudos das Infâncias e dos Estudos Culturais o trabalho, intitulado: “Eu sou negro loiro, e daí né!?”. A cor da pele na constituição das identidades infantis, foi realizada em uma Escola da Rede Privada de Porto Alegre com um grupo de vinte e nove crianças entre cinco a sete anos. A pesquisa busca entender como as crianças (re)constroem suas identidades e se a cor da pele se relaciona com tal produção. Traça uma metodologia de investigação que se volta para as crianças, fundamentando-se na etnografia pós-crítica de pesquisa com crianças, visa dar vez e voz a essas, como sujeitos ativos e imperativos na pesquisa. Utiliza conceitos como: identidade/diferença; infâncias; cor/raça para dar potência ao estudo, bem como de autores como Silva (2000), Skliar (2003), Dornelles (2005), Kaecher (2006 e 2013), Vieira (2015), dentre outros. Através da literatura infantil com temática afro-brasileira e diferenças aliada a inserção de materiais gráfico-plásticos propicia às crianças outras formas de ver-se enquanto branco, negro, mestiço, mulato, etc. Atenta que as infâncias são múltiplas e mostra nesta investigação que assim também são as formas como as crianças se veem e veem seus colegas, sobre suas raças – cores de peles. Convida crianças e professores a pensar e questionar o que vemos, assistimos ou falamos sobre a cor de pele, a problematizarem em seus espaços de sala de aula as questões relacionadas a cor da pele, identidades e diferenças, entendendo que esse tema só esta distante de quem não consegue olhar ao seu redor como mostram as crianças da pesquisa.Citas
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